sexta-feira, 2 de maio de 2008

Femina ao Tempo

Ser mulher...
Quanto tempo demoramos pra conceber que já somos adultas e não adolescentes mimadas, que apesar de ter responsabilidades, ainda somos adolescentes. Mulher Adulta pra mim palavras fortes que reverte a mulher responsável, mulher que tem que cuidar de sua vida sozinha, que não pode mais brincar com tanta frequência, que tem mudar alguns habitos. Nossa como assusta o fato de quer ser mulher nos "tempos modernos", é bem mais dificíl e bem mais complexo. As vezes questiono esse feminismo, essa coisa que toda mulher quer ser "Mulher Maravilha", minha nossa que pensamento do Eu Sou Eu Faço Eu Consigo (sozinha?) Eu Sou Melhor e etc.
Pensamento ridiculo esse, minha nossa que confusão de independência com auto-suficiência, as mulheres tem que fazer milhares de coisa, ser uma super mulher, tem que cuidar de muitas, tem que ser assim, tem que ser daquele jeito, tem que ser daquela maneira igual a fulana, irritante isso não??? É estressante saber que essa cobrança surge de uma sociedade "moderna", mas o que mais me surpeende é saber que essa cobrança é maior das próprias mulheres, que a cada dia que passa aumenta o stress, aumenta a qantidade de coisas pra fazer, que aumenta a pressão, que tem filhos, que emprego, que tem curso, que tem academia, que a casa, que tem muitas coisas... E a mulher cadê, a esposa, cada a mulher femina, cade a mulher que tem sim responsabilidades, mas que quer carinho, que quer doar carinho, que deseja uma orelha amiga, um ouvido pra escutar suas vontades, seus delirios de mulher que precisa de alguém, que sente a necessidade de receber um afeto.
Poxa alguém me explica esse anceio por querer ser melhor, por achar que mulher tem que ser melhor que homem. Temos sim que lutar por tudo o que achamos melhor, por tudo o que nos deixa feliz... mas sinceramente cade a feminilidade, cade o carinho, o amor, a musicalidade de viver um dia feliz....
Feminina ao tempo, ao espaço, a vida, e o prazer de viver com tudo.

Expectativas

É engraçado dizer expectativa...
pois é nela que "depositamos" nossas possíveis felicidades... ingênuo né!!! ... isso de nossa parte, achar que são as pessoas ou situações que nos fazem ser feliz ... é você o culpado de suas decepções, você é o culpado por não reverter suas lagrimas em sorrisos... Claro que pra mim felicidade não se busca se vive a cada segundo...
Ouvi de um amigo algumas coisas .. mas algumas palavras me marcaram ... "O que nos decepciona não são as pessoas sim as expectativas que criamos em cima delas" ... poxa isso me marcou profunamente e cada vez que a tristeza bate neste coração pulsante pela vida e pelo amor ... vem estas palavras ... faz bem ... e reverte tudo que está mal em bem ... tudo o que está triste ficar alegre.. toda lagrima de algo mal .. em lagrimas de estar feliz... Ta bom eu sei que este não é um dos meus melhores textos mas preciso dizer que as vezes a gente não aprende ... Passamos por situações e por não mudamos, se a nós é concedido o prazer de dizer sim e não... Nossa dizer Não nossa que delicia de palavra... Palavra que tem um significado duplo sim, mas que se faz necessário pra que nos deixe feliz... dizer não e não se sentir culpado por ter dito, não se arrepender... isso que é felicidade... Dizer Não a tudo que nos faz mal... dizer Não a sentimentos tristes... Minha nossa quero um dia poder dizer não a tantas situações que ainda digo Sim ... ta bom não sou um exemplo pra dizer Não... poxa afinal como uma legítima canceriana.. ainda tenho alguns bloqueios.. e também por achar que experiência não é quantos anos você tem e sim as experiências que viveu... acho que ainda preciso de um pouco mais de maturidade....
Minhas expectativas estão perdidas ao tempo se alguém achar cuide com carinho... pois sempre são para a felicidades de pessoas que eu tanto gosto e tanto admiro... e tanto quero bem....
Diminuem suas expectativas consequentemente suas decepções também diminuirão!!!

EU ETIQUETA


Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.

Carlos Drummond de Andrade